Tombada como patrimônio histórico municipal o complexo paisagístico da Serra da Capelinha pode ser considerado um patrimônio natural de Nova Serrana.
Além da capela dedicada a Nossa Senhora do Carmo, datada por volta dos anos de 1940, abriga em seu entorno uma exuberante vegetação que marca as particularidades do município – uma transição de Cerrado para Mata Atlântica ante afloramentos rochosos.
Nova Serrana está situada sob os domínios do bioma Cerrado, porém com uma individualidade interessante, em vários pontos do município é possível distinguir uma variação na fisionomia da vegetação que a enquadra sob uma área de transição para um bioma rico em diversidade e altamente vulnerável - a Mata Atlântica.
Como isso é possível?
A Mata Atlântica ocupava mais de 1,3 milhões de km² em 17 estados brasileiros, estendendo-se por grande parte da costa do país, mas devido a atividades humanas, hoje restam apenas 29% de sua cobertura original. Por ser um bioma altamente diverso a Mata Atlântica é composta por várias formações florestais como a Floresta Ombrófila Densa, Mata de Araucárias, Floresta Estacional Semidecidual e etc.
O Cerrado por sua vez é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 2.036.448 km2, cerca de 22% do território nacional. Neste espaço territorial encontram-se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul. Esta grande extensão proporciona uma alta heterogeneidade ambiental que faz com que a vegetação deste bioma se intercale entre campos e florestas incluindo formações de outros biomas, áreas consideradas hotspots (lugar de grande riqueza natural) de biodiversidade.
Na Serra da Capelinha podemos visualizar perfeitamente esta transição entre um campo cerrado, um cerrado sentido restrito a uma formação de floresta estacional semidecidual no qual as árvores perdem parte de suas folhas na estação seca. Toda esta diversidade sob uma base rochosa gnáissica. A Serra da Capelinha pode ser considerada um dos pontos mais altos dentro da área urbana do município com cota de altitude de 845 metros. Ainda, dentro deste complexo nasce um dos principais ribeirões de Nova Serrana o Ribeirão Fartura e de um de seus afluentes o Córrego Amorim.
Vale a pena conhecer e preservar este patrimônio que é exclusivamente nosso!
Fonte:
Disponível em <https://www.mma.gov.br/biomas> Acesso em 09 de jun.2020.
ROMANO, Wilson. Programa Geologia do Brasil. Nota Explicativa da Folha Pará de Minas. Brasilia: 2007.